Estive, neste sábado (17/07), na companhia agradável do autor Otávio Júnior, no Rio de Janeiro.
Fizemos um passeio por alguns lugares do Rio e também trocamos muitas 'figurinhas' sobre o universo literário.
É muito bom estar com pessoas que têm os mesmos sonhos que nós, que também acreditam no poder transformador da leitura... Admiro o trabalho do Otávio!
Otávio teve sua vida transformada quando encontrou, por acaso, seu primeiro livro numa caixa no lixo. Dali em diante, não parou mais de ler e de tanto ler, surgiu a vontade também de escrever.
O caminho foi longo e muitas vezes complicado, mas ele não desistiu. Essa palavra não faz parte de sua essência. Ele realizou um trabalho muito lindo de incentivo à leitura em várias comunidades no RJ, onde saía com uma mala cheia de livros pra ler com as crianças. Escreveu seu primeiro livro em 2011, "O livreiro do Alemão", apelido carinhoso que recebeu por seu trabalho de mediação e promoção da leitura. Neste, sua autobiografia, ele nos conta sobre o caminho que percorreu até se tornar autor e incentivador da leitura, assim como fala de seus projetos nas comunidades, como Ler é 10 - leia favela e a Barracoteca. Recebeu alguns prêmios por seu trabalho, como o Prêmio Faz a diferença, do jornal O Globo, e alguns outros. Também viajou por vários países, como Cuba, Chile, Colômbia, participando de eventos literários.
Depois disso, publicou dois livros infantis, "O garoto da camisa vermelha" e "O chefão lá do morro".
Agora ele tem muitos outros projetos em vista e em breve teremos novidades.
Compartilho com vocês um trecho de O livreiro do Alemão:
"Quem mora ali no morro sabe que há medo, há angústia, há desespero.Mas também há um desejo enorme de superação.Superar a violência, superar o preconceito de morar num dos locais mais violentos do Rio de Janeiro, superar a falta de perspectivas. [...] Mas, ao contrário do que muita gente imagina, eu amo a minha vida aqui. Posso dizer que tive uma infância feliz e que hoje me sinto realizado ao fazer um trabalho de incentivo à leitura com gente da minha comunidade. Sei, por experiência própria, que as crianças daqui têm uma visão estreita do mundo. Quase não saem da favela. [...] Ficam presas aqui dentro.Foi a leitura que me libertou dessa prisão."
Boas leituras!
Fabíola Barcelos
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